A quarta-feira em que Sócrates se demitiu - (post escrito na 5ªFeira)


Oh não! Estou a sonhar ou o primeiro-ministro comunicou mesmo ao país que pediu demissão ao presidente da república? Pediu mesmo. E pelos vistos foi aceite pelo Cavaco.
Vinha na edição de segunda-feira – salvo erro -, do Diário de Notícias uma crónica do Mário Soares a “pedir” (urgentemente) para que o presidente da república não aprovasse o pedido de demissão de José Sócrates.
Segundo Mário Soares, o país ficaria muito pior com a demissão do primeiro-ministro e Cavaco Silva seria a única pessoa que tinha o poder para proibir isso.
Agora, o ódio de alguns portugueses e dos deputados não socialistas saiu do poder. Demitiu-se. Manchete dos jornais de hoje – SÓCRATES DEMITIU-SE. Esta noite é uma dor de cabeça para uns, uma alegria para outros.
Da maneira como o país está, com uma grande crise económica, agora chegou a crise política.
Foi assim que aconteceu… a oposição meteu adubo e regou muito bem a crise política, maneiras que a crise ficou instalada. O PEC 4 foi chumbado no Parlamento.
Passei a tarde de ontem à frente da televisão a ver o canal da assembleia da república. Tive a oportunidade de ouvir o Francisco Assis que mandou várias bocas ao PSD, dizendo que dizem que vão reprovar o PEC, mas que não têm resolução/alternativa… Ainda ouvi o ministro das finanças que criticou, criticou… e não sei porquê, pois saiu da assembleia durante o discurso da Manuela Ferreira Leite…
Como disse um deputado do CDS-PP, a tarde foi triste pois foi à base de críticas dos deputados e líderes parlamentares do PS e PSD… Um ataque entre os dois partidos compulsivo!
O PS sabia que o PEC iria ser chumbado, mas também devia ter certeza que não sairia dali sem mandar duras críticas ao partido social-democrata. E assim foi.
Foi curioso o José Sócrates ter abandonado a AR às 15:35, sem deixar declarações… E só o vimos depois às 20h (depois de sabermos que o PEC foi chumbado) no Palácio de Belém para pedir a demissão ao Presidente da República.
A demissão foi tão rápida… a crise política instalou-se tão depressa! O PS queria negociar, queria ter conversas políticas para que houvesse um consenso… mas o PSD rejeitou tudo e estava decidido a chumbar o PEC. O quarto PEC… pois, um grande falhanço do PS foi ter dito nos últimos três programas de estabilidade e conhecimento que esses iriam resultar e que seriam definitivos. Pelo que parece, não aconteceu nada disso.
Esta semana, esteve José Sócrates a culpar o PSD da crise política e ainda a pedir um consenso… vendo que o PSD não reagia, continuou a provocação. O PSD, logo que anunciou que ia chumbar o PEC à comunicação social, veio logo o Partido Socialista dizer “ah, então… já que querem estragar o nosso trabalho, façam algo melhor. Queremos ver então uma resolução para o PEC”. Rapidamente, todos os partidos disseram que também iriam chumbar o PEC e iriam levar ao Parlamento as suas resoluções – que foram todas aprovadas (até dos Verdes… pelo que parece, a minha amiga Heloísa Apolónia esmerou-se!)
José Sócrates foi definitivamente um fracasso nos últimos meses… e esta demissão foi uma consequência de uma causa gravíssima!
Seguem-se as eleições antecipadas que poderão ou não dar problemas aos portugueses… como disse ontem Francisco Assis (líder parlamentar do PS) “os portugueses não querem eleições”. “Está tudo bem assim”.
Porque não? Como sabe? Aliás, o José Sócrates vai recandidatar-se de novo para primeiro-ministro. Tenha a confiança que ele vai vencer de novo.
Mais uma vez digo,
O governo não é o país, mas sim faz parte do país… Os portugueses é que são o país.
 Não sei como será Passos Coelho como primeiro-ministro… será uma boa aposta para Portugal? São os portugueses que votam e têm o dever de votar no que acham que levará Portugal para um novo rumo – pois bem precisa, pois o sinónimo de Portugal é crise. 

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