Devaneios de um Adolescente

A primeira conclusão do dia foi uns dez minutos depois de ter acordado. Acerca do meu nome. Tipo, Alexandre Fernandes não é nome de dentista? Um dentista brasileiro? E outra: fui feito para as férias de Natal. São aquelas férias mesmo bacanas. Acho que vivo só para chegar às férias de natal e poder aproveitá-las.

Hoje em Filosofia o meu stor falava do quão ele tinha sido ridículo na adolescência. Por dar importância ao que as pessoas diziam e por fazer o que os outros faziam só para se sentir melhor. Disse: "nós somos os heróis". Diz que é sempre um enorme drama porque os adolescentes não se aguentam sozinhos, têm sempre a ânsia de pertencer a um grupo de amigos e de se sentirem integrados. Para quê dar importância a pessoas que estão nas nossas vidas só por uns tempos? Há sempre aquela pessoa que menos gostas no secundário... who cares? Ela vai desaparecer da tua vida quando deixares de estar obrigado a estar com ela todos os dias. Aliás, 97% das pessoas do secundário deixam de pertencer à nossa vida quando nos assumimos responsáveis e adultos e seguimos um novo rumo: a universidade. Para quê tanto drama, aliás, para quê ligar ao que as pessoas dizem? Um elogio não vai definir a tua personalidade e uma crítica não vai definir o teu mérito como pessoa. O teu número de am

Santa Cruz, Desculpa não ter estado muito presente este ano. Estive contigo apenas 3 dias neste verão. Tu sabes porquê. Não foi um bom Verão. Não gosto de pensar nisso. Não, não aconteceu nada de grave mas foram uns meses deprimentes. Apenas houve uma semana que realmente gostei. Podia ter sido tudo diferente e podia estar aí. Aí sinto-me bem porque o mar é um bom companheiro. O mar que este Verão não aproveitei. Além do mar, há o sol, as ruas, os cafés, o ambiente e as noites que gosto. Mas sei que estiveste bem acompanhada. Afinal as senhoras cheias de celulite desfilaram pelas praias e as miúdas mais novas - cujos meses que antecederam o Verão se dedicaram ao ginásio -, mostraram a boa silhueta. Sei que muita malta da minha idade passou aí grandes noites e grandes dias de praia com os amigos como muitas famílias passaram aí grandes dias onde tiraram fotografias que ficarão guardadas num álbum para serem recordadas daqui a uns anos. Para o ano há mais! Esta foto foi tirada hoj

"Marcelo Rebelo de Sousa admite candidatura às presidenciais", li agora enquanto fazia um trabalho de casa para amanhã. Nas próximas presidenciais já posso votar. E o professor Marcelo é alguém que gosto bastante de ouvir, portanto... quem sabe se não terá o meu voto? Mas ainda falta algum tempo e muita coisa acontece até lá.

Quando leio os meus textos e reflito no que penso diariamente concluo tenho os meus pensamentos muito limitados. Penso muito nas mesmas pessoas e muitas vezes nas mesmas coisas. Falo e escrevo muito sobre os mesmos assuntos. Da minha personalidade, da minha vida social e do incontornável medo do futuro. Devia abstrair-me de tudo isto, não devia?

Acompanho sempre pela televisão os movimentos e manifestações contra o governo e troika pois há sempre transmissões em direto ao longo do dia.  Nunca fui a um movimento "que se lixe a troika" ou "geração rasca" ou os protestos da CGTP. Talvez porque sei que nenhuma manifestação muda o rumo do governo. As manifestações pacíficas . quero eu dizer, sem sangue -, deixam o governo um pouco mais fraco mas nenhuma manifestação o consegue derrubar por completo.  Se me convidassem para uma manif aceitaria e saberia muito bem o que dizer se algum jornalista falasse comigo.  Vejo que há imensa gente que vai para ali e não sabe o que dizer e muito menos consegue explicar o que está ali a fazer. Continua a haver muita gente ignorante face ao que o governo anda a fazer atualmente à população. E tudo o que andam a fazer atualmente aos portugueses reflectir-se-à no nosso futuro.

Estive a estudar até agora. Nunca tinha feito isto até estas horas. Amanhã às 10:30. Primeiro teste de Geografia A do ano letivo. Tem tudo para correr bem. 

Almocei pizza e o meu dia ficou bem melhor porque a manhã não correu muito bem. Saí da escola, comprei uma pizza, vim logo para casa e tratei do meu almoço nas calmas tendo em conta que teria a tarde livre (para estudar). A acompanhar a pizza tinha Ice Tea e foi assim que almocei, enquanto via a minha série preferida... no mesmo momento em que chovia lá fora. Se dizem que a bebida faz esquecer os problemas eu acho que a boa comida também resulta nisso. E dormir também dá. Mas tenho que estudar e não me parece que vá dormir tão cedo.  

Lembro-me quando o Alta Definição começou na SIC há 4 anos. Na rua e nas redes sociais ainda não falavam da célebre frase "o que dizem os teus olhos?", sendo esta a forma como ele termina atualmente as entrevistas. Das primeiras duas vezes que vi o programa isso não aconteceu. Talvez "O que dizem os teus olhos" ainda não estava como imagem de marca daí o Daniel Oliveira optar por outras perguntas... mais interessantes e sem a técnica de manipulação emocional. Lembro-me de ele terminar a entrevista a perguntar, de forma inesperada quer para o convidado quer para os telespectadores "mentiu nesta entrevista?" ou "Deve algum pedido de desculpas?". Se ele me perguntasse se devo um pedido de desculpas não saberia o que dizer. Não sei se devo um pedido de desculpas a alguém. Nunca fiz nada de muito grave a alguém cujo pedido de desculpas tenha que ser feito e que me encha de remorsos por isso mesmo. Toda a merda que faço, ou quase toda, sou eu

Nunca ouvi ninguém a dizer que me odiava. Possivelmente alguém odeia.Cada um com as suas razões. Para odiar e não odiar. Mas duvido que alguém me odeie mais que eu. Nunca fui uma pessoa com uma grande auto-estima, mas ao longo dos tempos tenho vindo a fracassar cada vez mais. Uso o meu sentido de humor e convivo com as pessoas da escola  para disfarçar o que sinto. Que me sinto desfeito por dentro... A minha vida está presa por duas correntes: medo e fracasso. Há uns tempos escreveram aqui no blog que já não me reconheciam porque tinha post's em que andava mesmo em baixo. Mas eu uso este blog para escrever como me sinto, nada é inventado e desculpem se não faço parte dos blogs onde é tudo perfeição, onde as pessoas só relatam as relações perfeitas, os dias perfeitos, a vida profissional perfeita. Parabéns para vocês. Não invejo ninguém. Este é o meu canto e escrevo o que quero.

Ter uma boa vida social não é tão fácil como se pensa. As pessoas que tentam diariamente que o digam. Há quatro tipos de pessoas sociais:   1. as que são porque são bonitas, 2. as que são por maus motivos; 3. as que são e ninguém sabe porquê; 4. as que tentam ser. Hoje falo do quarto ponto. As pessoas sem conteúdo nenhum nos miolos são, de modo geral, as que tentam ser mais conhecidas. Com um esforço extremo, claro, encaram aquilo como um hobbie ou talvez como um part-time (enquanto não têm idade para trabalhar no Mc Donald's) e tentam dar nas vistas, tentam ser diferentes, superiores e querem ser conhecidas como se isso fosse fazer parte do curriculum vitae.  Todos sabemos que Portugal é um país de cunhas e ter alguns contactos nunca é demais mas estas pessoas cujo verbo preferido é "tentar" - tentar ser alguém, tentarem dar-se com pessoas com que nem se identificam -, refugiam-se naquilo que não são para se integrarem, para se sentirem alg

Todos os dias penso o quão bom era viver na inocência da ignorância. Sim, eu escrevi sobre isto há uns dias mas não deixo de pensar neste assunto. Aquela característica falta de capacidade para compreender certas coisas e a capacidade de nos abstrairmos de tudo o que estava à nossa volta. Isso provocava a felicidade. Havia problemas em casa? Nós sabíamos que se discutia isso mas a responsabilidade não era nossa. Nós ficávamos a jogar no quarto ou na rua com os amigos à espera que o dia acabasse para voltar a acordar no dia seguinte bem cedo para ir ver os desenhos animados. A responsabilidade é dos adultos, pensávamos nós. Quer dizer, nem pensávamos. Era suposto ser assim. Foi assim. Apenas sabíamos que mais cedo ou mais tarde iria ficar tudo bem e que não iríamos fazer nada porque não tínhamos nada a ver com isso. A partir de certa idade os nossos atos começam a ser avaliados, as nossas palavras começam a ser levadas a sério e a palavra "responsabilidade" começa a marc

A prostituição é aquele tema que todos falam ou já falaram mas ninguém tem conhecimento de nada. Há vários tipos de clientes: os solteiros desesperados, os casados com falta de sexo porque perderam o apetite sexual para com a sua esposa com quem estão há muitos anos e aqueles que apenas querem "experimentar" novas vivências, novas experiências, ou seja, fazer sexo com uma desconhecida, tendo assim a certeza que ninguém vai saber do que se passou. No Verão descobri um lugar onde as ditas cujas costumam estar à espera dos seus "clientes". O sítio que descobri é mesmo à entrada/saída da minha cidade por onde passo todos os dias de autocarro. Passo por lá às oito da manhã (ainda não está lá ninguém), mas quando volto para casa (sempre entre as 17h às 20h) está sempre lá alguém.  É raro estar ali mais que uma. Ainda não decorei as caras mas consigo sempre vê-las bem e decorar a maneira como estão vestidas. Umas mais arranjadas que outras, umas com leggins, outr

Não curto muito quando as pessoas dizem que o sonho delas é serem felizes. Como se fosse algo que vai cair do céu, além de que "o meu sonho é ser feliz" é uma frase um bocado homossexual. Podia escrever a frase feita do tipo: a vida não é cheia de felicidade mas sim feita de pequenos momentos que nos fazem felizes. Mas tudo isso uma farsa, na minha opinião. A vida é tudo menos isso. Os adultos e os idosos querem voltar a ser adolescentes e dizem que fariam tudo outra vez de outra maneira e os adolescentes querem ser adultos e todas as pessoas (independentemente da idade que tenham) arrependem-se do que eram e do que são.  Sabem quando é que eu me senti bem sem saber que era a única altura da vida (até agora!) que me iria sentir bem comigo próprio e com os outros? Quando vivia na ignorância.  Quando acabo as aulas passo por duas escolas primárias/jardins de infância e estão sempre os pais ou os avós à espera dos miúdos. Independentemente da companhia ou da hora

Não sou grande adepto de Filosofia, contudo aconteceu algo curioso na primeira aula deste ano. O stôr perguntou-nos a razão de estarmos naquele curso e houve uma rapariga que disse que estava ali para ter uma boa carreira profissional e assim, conseguir ser alguém na vida. Ele discordou em relação ao "ser alguém na vida". Porque, segundo ela, só será alguém quando se realizar profissionalmente e ele discorda dizendo que nós somos alguém antes disso, aliás, desde que nascemos e não estamos sem identidade até nos realizarmos profissionalmente senão... o país sofria de grande falta de identidade tendo em conta os números do desemprego. Mas somos mesmo alguém? Penso muito nisto... no que sou, no fui e no que vou ser. Nem sei qual é o pior... ter vergonha do que fui e saber que no futuro vou ter vergonha do que sou agora. Com muitos defeitos, personalidade baseada em complexos e outras coisas que se calhar daqui a uns anos serão todos ridicularizados e terei o discurso de adult

Hoje foi daqueles dias que teria sido perfeito se não tivesse saído de casa.

Estava aqui a pensar no que é que os portugueses não dizem mal. Mas acabei por começar a escrever no que é que eles dizem mal. Do governo. Dizem muito mal do governo. Do governo que elegeram. Também falam muito mal do atual presidente da república. Que elegeram. Por duas vezes. Dizem mal da Casa dos Segredos. Do programa que seria um flop face aos comentários que oiço mas eu consultei as audiências. Pois. É o programa mais visto da televisão portuguesa. Dizem mal do vizinho de baixo. Do de cima. Do marido. Da mulher. Dos filhos que são rebeldes e dos pais que "não me deixam fazer o que quero". Dizem mal dos professores. Que também dizem mal dos alunos. Dizem mal da família à família, dizem mal dos amigos aos outros amigos, dizem mal da patroa, do patrão. E eles dos empregados. Dizem mal das pessoas que têm gostos diferentes e também dizem mal das pessoas que têm gostos iguais. Criticam quem tem originalidade e quem não tem originalidade. Criticam o reservado por ser r

Este tempo faz-me lembrar o quão bom é estar em casa. Estou a gozar. Este tempo faz-me lembrar que tenho é tpc's para fazer. O trânsito triplica quando começa a chover. Não sei como isto acontece, mas num espaço de meia hora depois de começar a chover o trânsito fica num caos e depois há várias situações no trânsito: - a ambulância que quer passar; - o condutor que apita por tudo e por nada; - o que tira macacos do nariz; - o que não sabe onde por os macacos do nariz; - o que não avança no trânsito e as pessoas atrás começam logo a apitar; - o que ouve a Rádio comercial; - o que ouve a RFM; - o que já vai atrasado; - o  que vai adiantado.  Aliás, o trânsito era a justificação que teria para dar porque hoje cheguei atrasado à primeira aula porque o autocarro fazia lembrar-me aqueles carros funerários que têm uma mudança especial para andar lentamente (para as pessoas caminharem atrás do carro, da casa mortuária ao cemitério), a diferença é que o autocarro parav