Devaneios de um Adolescente

Entrei no comboio com uma vizinha, de volta a casa. Falávamos do facto de as pessoas terem filhos. Eu dizia que dava muito trabalho, era uma seca, eu como sou filho sei que os meus pais devem sofrer com isso. Ter filhos deve dar muito trabalho. E quando entrei no comboio e disse «isso dá muito trabalho» alguém ouve surge um individuo com os seus 50 e poucos anos, que se levanta do banco e decide representar as suas frustrações como se tivesse culpa da vida dele ser uma merda e estar bêbado... E começa a gritar: «Isso dá muito trabalho? Quem pensa que és? Devias era trabalhar com um picarete e com uma pá e ias ver o que é trabalho» «Isso dá muito trabalho? Sabes lá o que é trabalhar...» «Desaparece daqui, pá!» A minha resposta ao entrar no comboio e naquele momento toda a gente do comboio olhava para mim a pensar que o tivesse provocado - e só havia uma carruagem -, foi a imitar o Nilton, mas não falando para ele directamente:  «É tudo à grande...» «Um picarete e a pá...tudo à

Hoje encontrei o meu professor de Fisico-Química do ano passado na escola. Apertou-me a mão, perguntou se continuava a escrever neste blogue e perguntou como estava a correr o décimo ano. A minha professora de Inglês durante 4 anos - e diretora de turma durante três -, há uns dias também me deu dois beijinhos e perguntou se estava tudo bem comigo. É bom saber que estes professores não se esquecem dos alunos a quem deram aulas e falam connosco mesmo que já não façamos parte da vida deles. O dever estava feito. Ensinaram-nos e os ordenados foram recebidos ao final do mês.  O que admiro é a simpatia e a preocupação que mantêm, o que demonstra a boa personalidade que têm.

Para quê complicar a vida quando sabemos que a conclusão do nosso dia é ir dormir? Para quê complicar a vida quando sabemos que a conclusão da própria é a morte?

Disseram-me há bocado que houve uma pessoa da minha turma que, numa resposta no ASK.FM, cuja pergunta era "qual a pessoa que (a respectiva) gostava de conhecer melhor na turma" e escolheu-me a mim, porque eu parecia cinco estrelas. Há sempre aquela ilusão de haver gente que nós pensamos que gostam de nós mas que na verdade não gostam e dão as famosas facadinhas. Isto dá permissão a que não confie em ninguém a cem por cento. E agora acontece o inverso. E eu a pensar que essa pessoa não gostava mesmo nada de mim, até porque não há amizade nenhuma.  Ou então estaria apenas a gozar. O que é bem provável, pois o ask.fm é para isso mesmo.

«tenho conversado bastante contigo... na minha cabeça.»

Hoje é dia 25 de Novembro, portanto falta um mês para o Natal. E eu odeio quase  tudo o que esteja associado a esta época. Para mim deixou de fazer sentido e a partir desse momento vi que esta é apenas uma época onde maioria pessoas se tornam 100% superficiais. Depois do Natal vem a estrondosa passagem de ano. Fica tudo excitado com aquela noite no final de ano, portanto a partir de 26 de Dezembro até ao dia não vou ouvir outra coisa. Depois é o pior. O Carnaval. As pessoas vão ficar todo o tempo a fazer a contagem decrescente e a combinar coisas para o Carnaval, a partir de Janeiro. E cá em Torres Vedras é exagero.  Sofrem mesmo por antecipação mas sem necessidade. As pessoas não vivem o seu dia-a-dia a pensar nestas datas festivas? Reparo agora neste post que é bastante negativista, mas ninguém gosta de ser acordado aos berros por uma sobrinha de 11 anos que acorda com toneladas de energia. Portanto, tenho o direito de mandar tudo à m**** esta manhã. Neste caso, estas

Urbana-suburbana, realista, contemporânea,  Tempo de Viver  retrata também outros aspectos dominantes da sociedade moderna ao tocar temas tão diferentes como a ambição, o swing, a vocação para padre, a ecologia, a prostituição de luxo, o impacto do divórcio nos filhos, as premonições, o esoterismo, o alcoolismo, a bissexualidade, entre outros. Se houve telenovelas fantásticas em Portugal, Tempo de Viver é uma delas. Deu em 2006 e a TVI está a repor agora. Estou a acompanhar pelo Youtube e é bom recordar as personagens da Maria Laurinda e das inesquecíveis Bárbara e Lídia. Novelas são novelas, é verdade, mas escritas pelo Rui Vilhena tem outra dimensão.  Deixo-vos algumas das pérolas da novela. Mas há centenas! Os textos do Rui Vilhena são só os melhores de sempre! Maria Laurinda: Eu tenho princípios. Bárbara: Princípios. Princípios têm as auto-estradas, os filmes, os livros. Os livros também têm princípios. Quando encontrar algum ser humano com princípios diga-me em

Deixei de ser tão anti-social porque tenho uma turma brutal, apesar de saber bem o que isso é. E aprendi que as regras que os anti-sociais têm, ou chamados agora de 'forever alone'. Portanto... considera-te anti-social se: 1º: Olhas mais para o chão do que para as pessoas. Sad, but true. As pessoas desinteressam-te e o melhor para não haver diálogos ou outro tipo de contacto, não olhas para ninguém. 2º: Os teus colegas falam o quadruplo de ti. Há sempre aqueles colegas que nunca calam a boca. Dizem o que é preciso dizer mas também falam só por falar. Uma pessoa digna de não socializar nunca fala algo por vontade própria. 3º: Ser indiferente. Um anti-social é sempre indiferente às pessoa a seu redor. "Ah e tal não fala, então estou-me a cagar para o gajo".  4º: Sempre agarrado ao telemóvel. Um anti-social mexe muito no telemóvel. Mesmo que seja para jogar aos joguitos de treta. Ou então usa muitas vezes os phones. Normalmente quem não fala t

Os Muse estão no Estádio do Dragão dia 10 de Junho do próximo ano e mal soube fui logo cravar a best friend.  Mas... preços de 56€ a 90€ e a 300 quilómetros daqui? Não, mesmo. Mas curto muito os Muse. É certo que eles têm perdido qualidade, mas não impossibilita que queira ir a um concerto deles. A minha turma é muito boa. Estou surpreendido com isso mesmo. No ano passado não gostei mesmo, como já tenho dito. O facto de ter chumbado no primeiro nono ano fez-me ver «olha-me esta merda...» quando repeti. Não pelo facto de ouvir as mesmas coisas pela segunda vez, mas porque detestava o ambiente.  Eu tinha 15 e eles 14. E notava-se mais diferença - não querendo dizer que me acho superior a eles, porque não me acho superior a ninguém -, apenas não me identificava e nunca me integrei. Agora tenho eu 16 anos e estou a cinco meses de fazer os 17, estou numa turma onde maioria tem 15 e já não se nota diferença. Maioria é brutal e é tudo um riso. Não marco a diferença na turma, mas sinto q

É sempre preferível a desilusão que a ilusão.

Nesta terra com 30 pessoas: hoje encontrei a minha vizinha de frente. E ela começou a perguntar se alguém tinha foguetes.

O jogo consiste em colocar em negrito as frases verdadeiras em relação a mim. Tenho menos de 1.65m. Tenho uma cicatriz. Gostava que o meu cabelo tivesse uma cor diferente. Já pintei o cabelo. Tenho uma tatuagem. Eu nunca usei suspensórios. Um estranho já me disse que era bonito/a.  Tenho mais de 2 piercings. Tenho sardas. Já jurei algo aos meus pais. Já fugi de casa. Eu tenho irmãos. Quero ter filhos no futuro. Tenho um emprego. Já adormeci numa aula Faço quase sempre os trabalhos de casa. Já estive no quadro de honra da escola. Já disse "LOL" durante uma conversa. Ainda choro a ver filmes da Disney. Já chorei de tanto rir. Já rasguei as calças em público . Tenho uma doença de nascença. Já tive que levar pontos. Já parti um osso. Já fiz uma cirurgia. Já andei de avião. Já fui a Itália. Já fui à América. Já fui ao México. Já fui a Espanha. Já fui à Suiça.  Já fui a África. Já me perdi na minha própria cidade. Já fui à rua de pijama. Dei um ponta

Estudar História A enquanto se ouve a Rádio Comercial às vezes nem sempre combina. Passou o Gangnam Style e acho que 85% das pessoas levantavam-se para fazer a dança característica. Ou se calhar, sou só mesmo eu.

A RFM lembrou-se de repetir o irritante 'Marido das Outras'. Quando eu pensava que os santinhos me tinham ouvido quando pedia para esta música não dar 1000000 vezes por dia na rádio, liguei a RFM e lá estava ele a cantar outra vez o raio da música. Falando do 'Marido das Outras' também pedia para pararem de repetir trinta mil vezes por dia o 'Somebody That I Used To Know'. E o 'Anda Ver Comigo os Aviões' também chateia. Hoje estava atrás de uma senhora a entrar no autocarro. Depois de pagarmos o bilhete, ela mal se conseguia sentar naqueles bancos. O corredor entre os bancos é pequeno e a senhora estava cheia de sacos.  Dizia-me «Ai desculpe... ai desculpe». E disse depois: «Passe lá, se faz favor.» Se fosse há uns tempos atrás seria mais «Passa lá menino...» O facto de me tratarem pela terceira pessoa do singular torna-me um bocado crescido. Mesmo em lojas ou cafés tratam-me por 'você'. Antigamente era sempre «diz lá miúdo/menino».

A vida tem-me corrido consideravelmente bem. Além da lâmpada do meu quarto não funcionar - e eu andar por aqui a vagabundear com um candeeiro andante para me orientar neste minúsculo espaço - a vida tem-me corrido bem. O medo à faculdade e à empregabilidade continua a mexer comigo, principalmente quando o relógio bate as 20h. O som das palavras dos jornalistas invadem a minha casa para me informar do quão mau este país se encontra. Na merda, informam eles, diariamente. Já o secundário não está a ser fácil mas com estudo consigo atingir os meus objectivos. As surpresas: duas pessoas me surpreenderam nestas duas últimas duas semanas. Pela positiva.

Há pessoas que têm tudo o que querem de mim. E às vezes penso que esse é o erro. 

A manhã de terça-feira. Manhã livre, que até me faz lembrar as férias quando passava as manhãs neste sofá. O pior é que tenho que acordar para a realidade daqui a uma hora, pois tenho aulas até às sete da tarde noite.

Só mesmo por acaso: odeio finais de domingo. Psicologicamente custam mais que uma manhã de segunda-feira. Nada que seja novidade. 

Tendo um teste de MACS na última hora de sexta-feira - que correu bem -, o que se faz após o teste? - Compra-se três bilhetes para o concerto do David Fonseca; - Joga-se o Euromilhões - e só por acaso, ganhei 10,22€ com o 11º prémio; - Compra-se Pringles para iniciar o fim-de-semana da melhor maneira. A vida tem-me corrido mesmo bem. 

Odeio que me ignorem. E há quem o faça. Farei o mesmo. Porque tenho que ser sempre eu a falar com a pessoas?  Tenho pena que haja gente assim - que se centra e que se concentra demasiado nas suas vidas que se esquece que há outras vidas. E que essas vidas sejam das pessoas que realmente se importam com elas. 

Mais um murro no estômago. Nada que não tivesse já habituado. Mas estarei de cabeça firme. Mas só amanhã.

21 de Dezembro.  Não acontece nada. 80% da população mundial diz "eu sabia que não acontecia nada". 79% dessas mesmas pessoas dia 20 estava a morrer de medo. 20% agradece aos santinhos das capelas o facto de ter feito as malas não ter servido de nada. 22 de Dezembro. 95% gozam uns com os outros. «O quê, tu acreditaste que ia acabar?» 5%: cortam os pulsos porque afinal ainda estamos vivos.

Na passada noite nem dormi cinco horas. Facto que dá consequências negativas ao longo do dia. Apanhei uma vergonha por «estar a dormir» - não, não adormeci em lado nenhum -, e ao longo do dia demorei muito tempo a perceber algumas coisas que os colegas me diziam. Compressão lenta accionada! E agora estou capaz de dormir as treze horas seguidas, o que é habitual quando não há despertador.

Se há uns anos os adolescentes preocupavam-se com o facto de não sujar muito a roupa quando iam brincar - caso isso acontecesse havia probabilidade de levarem uma chapada da senhora dona mãe -, os adolescentes de hoje preocupam-se é com o facto de ter sempre assunto decente com a pessoa com quem adoram falar. Sim, porque há sempre aquela pessoa com quem eles adoram falar. E é frustrante quando não há assunto o que lhes disponibiliza obrigatoriamente para um "então............................ tchau."

É chato quando os blogs mudam porque há algo que entrou drasticamente na vida do respetivo blogger. Se há uma blogger grávida, fica três anos a falar da gravidez aos leitores. Mesmo a partilhar aqueles pormenores enfadonhos, estão a ver? Se há uma blogger que adoptou um cão ou outro animal, só fala dele. Em tudo o que é post. E se casou? Sete mil anos a falar dos pormenores do casamento. Mesmo quando se divorciarem ainda vão andar a contar o quão perfeito foi o dia do casamento. Se arranjam namorado é do pior. Só falam do que acontece na relação. Já tenho visto blogs a perderem a essência quando se centram em apenas um assunto que só interessa a quem vive esse momento.  E sim, tenho algumas bloggers favoritas e só espero que elas não engravidem. Nem que arranjem um animal de estimação que adorem. E que fiquem solteiras para todo o sempre. Bem, também podem casar comigo para fazermos uma parceria blogosférica. Not.

Este foi o melhor pseudo fim-de-semana de sempre. O dia foi normal porque não fiz grande coisa, mas tive uma noite tão boa que só quero que ela se repita. Porque se eu digo que detesto pessoas e a sociedade, há quem consiga mudar-me as ideias e deixar que esta "depressão" desapareça. Conseguiram pôr-me com um sorriso na cara só pelo facto de existirem. Pelo facto de se criarem amizades puras deixa-me contente. Pelo facto de haver pessoas especiais com quem nos identificamos. E o facto de nos identificarmos com alguém é muito mais importante do que eu pensava. E tudo isto pode ser muito lamechas, mas hoje sinto-me especialmente bem. Bem, feliz, contente e com confiança que me permite que veja o mundo de outra maneira. Estamos cá para viver, não para sobreviver. Que se fo*am os problemas. Nem que seja só por um bocadinho.

Uma das melhores noites que já tive. Não podia ter começado Novembro da melhor maneira.