O improviso no jornalismo

O que mais me fascina no jornalismo e o que me dá mais pica são os imprevistos e o improviso.
Vi este fim-de-semana um vídeo de uma jornalista que estava prestes a entrar em directo para a TVI quando ela e o cameraman  levam com uma onda, porque estavam a trabalhar na Costa da Caparica a noticiar a agitação marítima.
Possivelmente muita gente se riu ao ver o vídeo, aliás, eu vi na TVI24 e o jornalista após a transmissão de vídeo disse "Pode estar a rir-se mas é mesmo necessário estar longe da costa pois o mar está bastante perigoso". Eu não me ri mas achei aquilo hilariante. Porque o jornalismo é feito destas coisas e o que mais me fascina nos telejornais são aqueles improvisos que acontecem nos directos.
Lembro-me agora da crise política em Julho do ano passado, com aqueles pedidos de demissão dos ministros e com a quase queda do governo que gerou muitas reuniões entre a coligação e onde os jornalistas estiveram à porta do Palácio de S. Bento até às tantas da madrugada, "instagramando" uma fotografia com o sr. da Telepizza que teria ido ali entregar umas pizzas aos jornalistas.
Ou então há uns anos quando houve o julgamento do caso Casa Pia... as imagens passavam na televisão em directo. Lembro-me de passar a tarde a ver a Sic Notícias porque tudo estava a acontecer ao mesmo tempo e os directos eram assim: quase todo improvisados e após os directos até pediram desculpa porque as imagens ainda não estariam editadas e que o que estaríamos a ver eram imagens que teriam ocorrido há cerca de uns minutos.
Para não falar da guerra: jornalistas que se aventuram e que arriscam a vida em trabalho - sim todos sabemos que são muito bem remunerados -, mas a sensação de adrenalina, de se fazer o que se gosta enfrentando o clima de guerra e estando em outras sociedades completamente diferentes da nossa é particularmente estimulante para alguém que quer seguir este mundo.

Comentários

Pedro Pisco disse…
Tudo isso é verdade, mas coragem, coragem, é jornalismo de guerra.
Como sabes, trabalhei muitos anos com a Reuters e conheci uns quantos.
Na Agência Reuters. morre num conflito armado, em média, um jornalista por ano...
É preciso ter fibra...

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