Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2014

A verdade da Mentira

Fiz hoje uma apresentação oral a Português do livro "A verdade da Mentira" de Gonçalo Amaral, um ex-inspector da Polícia Judiciária que escreveu toda a investigação que fez desde o primeiro dia do desaparecimento de Madeleine (3 de Maio de 2007) até Outubro do mesmo ano. Um livro que trouxe muitas polémicas por contrariar a tese que os pais da mesma sempre alegaram: rapto. Aqui neste livro está descrito todo o desenvolvimento do caso feito pela Polícia Judiciária e depois de todos os falsos testemunhos, de todas as contradições e incongruências presentes na árdua investigação, concluiu-se assim que Madeleine terá morrido naquela noite e que os pais da mesma poderão ser suspeitos, neste caso, na ocultação do cadáver face a um acidente que possivelmente terá ocorrido. A apresentação correu-me bem, visto que não é um livro que tenha uma introdução e um desenvolvimento tive que improvisar bastante e falar do tema do livro e não tanto da investigação pormenorizada. No final d...

Uma experiência diferente

Imagem
Diria Immanuel Kant que o que fiz na passada quarta-feira foi uma ação conforme o dever. Uma ação pertencente ao imperativo hipotético. Aliás, uma ação que serviu como um meio para atingir um fim, fim que consiste na recompensa de me sentir bem comigo próprio por ter ajudado quem é mais desfavorecido. Estive num jantar comunitário na quarta-feira passada em Alcântara e como primeira vez em que estive presente neste tipo de voluntariado posso dizer que foi uma boa experiência. Além de servir à mesa tive a oportunidade de dar ênfase à palavra "comunitário" porque afinal de contas é essa a palavra mais importante e não tanto o "jantar". Ali cada pessoa tem uma história. Existem ali pessoas más, existem pessoas boas, existem pessoas que se entregaram à pobreza enquanto outras não conseguiram escapar à pobreza. Enquanto observava o rosto das pessoas era claro o sofrimento, a mágoa e também a revolta. Não sabemos porque estariam assim. Talvez estariam revoltados ...

Fragilidades

As pessoas têm diversas dificuldades em acreditar que a morte faz parte da vida. Que é a conclusão. Que é o final. Poucos falam disso. E se falarem é um assunto que não é assim muito assustador porque é normal ser falado. É um tema comum, dá origem a imensos debates e é muitas vezes usado para o humor. Quando as pessoas estão à beira da mesma ou por acaso não a atingem de um momento para o outro só mesmo pelo factor "sorte" as ideias mudam acerca desse assunto. Hoje aconteceu uma situação insólita que não vale a pena mencionar qual mas que me deixou a pensar em certas coisas. A fragilidade da vida é muito maior do que pensamos e a fragilidade das pessoas perante a natureza humana é ainda maior. Hoje estamos aqui mas amanhã podemos não estar. O mesmo acontece em quem está em nosso redor. Não sabemos o que se pode passar connosco, não sabemos o que nos espera daqui a umas horas, daqui a uns dias, daqui a umas semanas. Prevemos o futuro como se tivéssemos a certeza que esta...

Dois tipos de frustrados

Existem dois tipos de pessoas que são consideradas as mais frustradas: os comentadores online do Diário de Notícias e os adolescentes. Em relação aos comentadores não vale a pena falar muito sobre o assunto, mas é de facto interessante verificar a irracionalidade que atinge uma pessoa quando tem o poder de se colocar em anónimo. Em relação aos adolescentes acho que é de facto hilariante o quão frustrados somos sem ninguém reparar - porque afinal somos todos assim portanto não é assim tão mau sê-lo. E não é que seja uma coisa má. Afinal de contas na adolescência temos um espírito crítico muito ativo porque tem que ser tudo à nossa maneira. Mas não é. Não é mesmo.  Em primeiro lugar o pessoal da nossa idade irrita-nos. Porque achamos sempre que somos superiores a eles, que temos mais mentalidade e logo aí irritam-nos as pessoas que se fazem de burras ou as pessoas ignorantes. Em segundo lugar há aquelas faltas de auto-estima que atingem quase toda a gente que normalmente é o...

O primeiro dia com 18 anos onde não esmaguei os seios de ninguém

Passei o dia entre inquisidores, autos-da-fé, cristãos-novos, índex, métodos de tortura, entre outros. Passar o meu primeiro dia como maior de idade a fazer um trabalho de História cujo tema é a inquisição poderá reflectir o meu futuro em dois aspetos: 1 - que vou ser um gajo trabalhador; 2 - que vou andar na vida com hastes metálicas a ferver para esmagar os seios da minha futura esposa, numa tentativa frustrada de inovar a história da violência doméstica no mundo. Recebi mensagens sentidas, com amor, com verdade, com ternura, ou então foi apenas porque receberam a notificação do Facebook. Vá, só algumas. Duvido que alguma vez houvesse tanta gente num espaço de um dia animada a dizer a outra pessoa "Pá, já podes ser preso", com uma felicidade tão grande. Eu sei que gostariam de me ver preso mas não é algo que seja apetecível, aliás, o tempo tem estado tão bom. Agora que cheguei à maioridade prometo fazer post's menos parvos - o último foi este -, e prometo que não...

Os 18 chegam amanhã

Este é o último post que escrevo enquanto menor de idade. Fazer 18 anos torna-me um gajo. Talvez (ainda) com cara de puto feio mas um gajo. O gajo. "Sabias que aquele gajo foi preso? é aquela frase que a partir de amanhã poderá referir-se a mim porque eu já posso ser preso. "Ó, conheces o gajo que capotou o carro ali à frente?"  Outra frase que a partir de amanhã poderá referir-se a mim porque eu já posso tirar a carta. Hoje ainda sou puto. E pronto, amanhã também. Ou até terça, então. Ou até quarta. Ou até sempre. Talvez seja puto para sempre, sim, é capaz de ser isso.

Sexta-feira negra

Hoje foi uma sexta-feira má para o país. Sim, foi declarado um dia de luto nacional pela morte de José Policarpo mas não era disso que ia falar. "Mas porquê, Alex? Teve bom tempo e afinal de contas é sexta-feira". É socialmente aceitável que me fizessem estas perguntas sem serem chamados de seres não-pensantes porque na verdade as conversas dos portugueses resumem-se: - à meteorologia; - ao facto de querer que a sexta-feira chegue depressa; - outras coisas insignificantes que não interessam. Triste porque percebemos que o nosso país é como a maré: onda para cá, onda para lá. E hoje vimos o recuo de uma onda. Portugal recuou, aliás, comprovou a merda de mentes deste país.  Foi chumbada a co-adoção por casais homossexuais no parlamento. Por 5 votos que não foi aprovada. Chumbado pelo CDS-PP que vota a favor da continuidade da discriminação de famílias e da orfandade forçada de crianças como também 2 deputadas do PSD que alteraram o seu sentido de voto e ainda ...

O futebol

Em cinco anos de blogosfera acho que nunca falei de futebol - a não ser da seleção nacional. O meu interesse por futebol sempre foi escasso. Até ao sétimo ano ia para o campo da bola da escola jogar futebol porque era o que todos faziam e cá em casa é tudo sportinguista - a minha mãe gosta mais do Benfica, mas penso que seja apenas para contrariar o resto da casa. Por norma não jogo futebol portanto sou uma vergonha nisso. Em desporto sempre fui o melhor a correr, portanto faço a milha a brincar. Apesar de não saber jogar podia interessar-me pelo mundo do futebol em Portugal visto que é algo que chama muitos adeptos, aliás, toda a comunicação social tem como destaque o futebol e muitas vezes é discutido se os canais informativos não darão demasiado tempo de antena a este tema. Talvez, mas é um tema que os portugueses gostam portanto não é criticado e muito menos incomodativo. O meu desinteresse pelo futebol é fácil de explicar. O debate futebolístico é muitas vezes inútil porque n...
post removido

O que realmente interessa

Existem duas coisas com as quais os adolescentes se preocupam: a aparência e a vida amorosa. A aparência em geral, ou seja, termos uma boa apresentação é bastante importante mas também reparamos  na aparência de todos os que nos rodeiam. Quase ninguém se preocupa com mais que isso. Porque é cansativo importar-nos em conhecer as pessoas melhor porque o essencial basta. Já basta estarmos cansados pelo facto de estarmos sempre preocupados com a nossa vida social ou simplesmente a pensar no que é que os outros pensam de nós. Depois existe a vida amorosa: além de haver coisas boas - porque elas existem -, em muitos casos é curta e é facilmente destruído. Os filmes que se fazem, as telenovelas mexicanas, as séries, tudo o que os adolescentes fazem quando se (des)apaixonam. Principalmente aqueles que têm uma personalidade de uma avestruz e que confundem relacionamentos séries com satisfação de carências. O exagero, o drama, o terror. Fazem de tudo uma ficção mas nem a uma gala de ósca...