A co-adoção por casais homossexuais

A co-adoção por casais homossexuais é um tema delicado que deve ser feito sem qualquer tipo de tabus, ou seja, o preconceito não deve estar influenciado nas opiniões acerca do tema, como por exemplo a rejeição de casais homossexuais por serem contra-natura, visto que o que se trata aqui são os direitos das crianças e o desenvolvimento das mesmas como cidadãs.
Primeiro que tudo, todas as crianças são iguais e têm de ter os mesmos direitos, sejam elas filhas de casais homo ou heterossexuais.
Contudo, existem diferenças em relação aos seus progenitores que as diferenciam das outras crianças nesse aspeto, no entanto nada significa que isso vá influenciar o desenvolvimento da mesma, pois tudo isso depende da educação que receberam e não da orientação sexual dos pais.
Caso uma criança seja criada por um casal do mesmo sexo, por exemplo há imensos casais do mesmo sexo que recorrem a outros países onde é permitida a inseminação artificial sabemos que essa criança é filha de duas mulheres, contudo só tem uma pessoa reconhecida como mãe, ou seja, só tem uma figura parental e isso significa que em caso da morte da mãe legal a mãe não legal não existe perante essa criança e isso é claramente insuportável quer para a criança, quer para a mãe não legal e para a respectiva família. Portanto, concordo plenamente que a co-adoção deve ser permitida visto que a protecção das crianças deve estar em primeiro lugar.
A co-adoção por casais homossexuais é claramente um avanço na cidadania portuguesa por ser uma lei de defesa de crianças, visto que a criança fica salvaguardada caso a mãe faleça.
Existem várias objecções a este tema, nomeadamente à estrutura familiar, visto que não existirá uma mãe e um pai e que um casal do mesmo sexo estará – com a co-adoção -, a ocultar o pai ou a mãe, dependendo dos casos.
A estrutura familiar neste aspecto não é importante, pois os valores das pessoas não dependem da sua orientação sexual e o importante numa família, seja heterossexual ou homossexual, é a transmissão de valores e educação.
Um espermatozóide não é um pai e um óvulo não é uma mãe. É verdade que é a natureza assim o decide, mas o que quero dizer é que independentemente do sexo dos pais os valores e os afectos não dependem do género e a personalidade das crianças não se degradará com o facto de ter duas mães ou dois pais, mas sim com a educação que terá - ou não -, ao longo da infância e adolescência.
Outra das objecções é o facto da co-adoção ser uma medida anti-democrática porque maioria do povo está contra.
Grande parte do povo português está contra a co-adoção e uma das razões é o facto de existir homofobia e um grande desrespeito para casais homossexuais que decidem alargar a sua família, ou seja, existe imensa rejeição face ao casamento homossexual como também à adoção por casais homossexuais. Visto que a co-adoção é um tema semelhante, é normal que também seja rejeitado por grande parte do povo, mas isso está errado pois os direitos das crianças devem estar acima de todos esses preconceitos de pessoas com mentes fechadas que oprimem a diferença e neste caso, a felicidade de um casal e respectiva criança.

* este é um tpc de Filosofia (texto argumentativo sobre a co-adopção por casais homossexuais). 

Comentários

Pedro Pisco disse…
Alex,
Na minha opinião, não é bem a adopção por casais homossexuais que a sociedade rejeita.
É mais a relação de "casal" entre pessoas do mesmo sexo que não é bem vista e a adopção vem, necessáriamente, por acréscimo.
Está na hora sim, de mudar a visão que a Sociedade tem da homossexualidade. O resto vem naturalmente.
Cabe também aos homossexuais progredirem no sentido da integração. Muitos isolam-se, progredindo na direcção oposta.
Nice*
Podíamo-nos seguir uma à outra!?
Diz-me se me seguires e seguirei de volta (:
Beijinhos,
www.flordemaracuja.pt
Desvario disse…
Está o Pedro Pisco a dizer que o problema é a palavra "casal" e "adoção" vem por acréscimo, teóricamente. Também acho que seja isso.
Vejamos porque os homossexuais têm receio em integrar-se: "Olhem, aquele é paneleiro!", "Cuidado, cuidado, filho. Esse rapaz é virado. Não te quero ver com essa gente.". Penso que não seja agradavel de se ouvir, logo, primeiro é necessário a sociedade evoluir e depois será mais fácil a evolução deles.
Mas isto sou só eu a falar...

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