Dizer mal de tudo
Estava aqui a pensar no que é que os portugueses não dizem mal. Mas acabei por começar a escrever no que é que eles dizem mal.
Do governo. Dizem muito mal do governo. Do governo que elegeram.
Também falam muito mal do atual presidente da república. Que elegeram. Por duas vezes.
Dizem mal da Casa dos Segredos. Do programa que seria um flop face aos comentários que oiço mas eu consultei as audiências. Pois. É o programa mais visto da televisão portuguesa.
Dizem mal do vizinho de baixo. Do de cima. Do marido. Da mulher. Dos filhos que são rebeldes e dos pais que "não me deixam fazer o que quero". Dizem mal dos professores. Que também dizem mal dos alunos.
Dizem mal da família à família, dizem mal dos amigos aos outros amigos, dizem mal da patroa, do patrão. E eles dos empregados.
Dizem mal das pessoas que têm gostos diferentes e também dizem mal das pessoas que têm gostos iguais. Criticam quem tem originalidade e quem não tem originalidade. Criticam o reservado por ser reservado e a excêntrica por ser excêntrica.
As pessoas e a rotina. O alvo a abater por toda a gente. A origem da má língua. Mas ambas as coisas permanecerão sempre na nossa vida. Pessoas diferentes ao longo do tempo e rotinas diferentes ao longo do tempo. Muitas odiadas, outras adoradas e aceitá-las e viver com elas é mais difícil do que pensamos.
De que vale estar sempre a queixar-me "que merda, tenho que me levantar cedo nos próximos 9 meses"? De que vale estar constantemente a dizer mal de alguém? Isso resolve o conflito que temos com essa pessoa?
Do governo. Dizem muito mal do governo. Do governo que elegeram.
Também falam muito mal do atual presidente da república. Que elegeram. Por duas vezes.
Dizem mal da Casa dos Segredos. Do programa que seria um flop face aos comentários que oiço mas eu consultei as audiências. Pois. É o programa mais visto da televisão portuguesa.
Dizem mal do vizinho de baixo. Do de cima. Do marido. Da mulher. Dos filhos que são rebeldes e dos pais que "não me deixam fazer o que quero". Dizem mal dos professores. Que também dizem mal dos alunos.
Dizem mal da família à família, dizem mal dos amigos aos outros amigos, dizem mal da patroa, do patrão. E eles dos empregados.
Dizem mal das pessoas que têm gostos diferentes e também dizem mal das pessoas que têm gostos iguais. Criticam quem tem originalidade e quem não tem originalidade. Criticam o reservado por ser reservado e a excêntrica por ser excêntrica.
As pessoas e a rotina. O alvo a abater por toda a gente. A origem da má língua. Mas ambas as coisas permanecerão sempre na nossa vida. Pessoas diferentes ao longo do tempo e rotinas diferentes ao longo do tempo. Muitas odiadas, outras adoradas e aceitá-las e viver com elas é mais difícil do que pensamos.
De que vale estar sempre a queixar-me "que merda, tenho que me levantar cedo nos próximos 9 meses"? De que vale estar constantemente a dizer mal de alguém? Isso resolve o conflito que temos com essa pessoa?
Comentários
Falar mal, às vezes, parece-me um mecanismo de defesa de certas pessoas. Parece que, ao dizerem mal, não se comprometem e estão protegidas, porque se dizerem bem, correm o risco de depois ouvirem "Então dizias tão bem dela/dele/daquilo e agora? Ainda dizes? Com que então era tão bom/boa, heim?"
Assim, ao dizerem mal, sentem-se protegidas de uma possível humilhação depois... Mas se assim é, mais valia estarem caladas e não dizerem nada... Nem mal nem bem...
Quando andamos frustrados e tristes com a nossa vida, até sairmos à rua e vermos um cão a mijar é caso para começarmos a praguejar contra os donos do cão... É um descarregar de energias... O pior é que quando mais descarregamos, mais frustrados ficamos porque a "descarga" não nos alivia em nada!
Em conclusão: até coisas que nos parecem engraçadas quando a nossa vida corre bem, acabam por nos irritar quando as coisas dão para o torto na nossa vida...