2 anos depois

A banda onde estive cerca de 4 anos foi uma banda onde conheci excelentes pessoas e onde conheci um mundo que me era completamente desconhecido.
Guardo boas memórias e também más memórias, como em tudo no que participamos.
Existem dois erros que cometi: ter entrado demasiado cedo e não ter aproveitado como devia.
Depois destes dois anos fora da banda já existem algumas saudades. Não apenas dos momentos que lá vivi mas sim da música em si, de toda a parte musical: as lições com o maestro mais recente, os ensaios, os serviços de rua e os concertos.
Nunca me senti realmente cativado pela música ou pelos dois instrumentos que toquei (trompa e trombone) e para ser verdade "nunca" me senti minimamente integrado no grupo da banda.
Não ligava muito àquilo. Estudava pouco em casa, "gostava" de lá estar mas não tinha qualquer objectivo em tornar-me num bom músico, aliás, não sabia o que era ser ambicioso ou perfecionista.
Tudo isto porque na altura era um puto parvo, sensível, imaturo, com uma personalidade muito infantil, a leste da realidade e tinha atitudes simplesmente de puto e o facto de não gostar de algumas pessoas de lá não tornava o ambiente muito agradável.
Se voltasse - porque não volto -, seria tudo completamente diferente.
Tenho uma personalidade mais forte porque amadureci psicologicamente, estou mais responsável e sei que me dedicaria muito mais e teria uma atitude completamente diferente, quer em grupo quer a nível individual na parte musical.
Às vezes dou por mim a ouvir músicas da banda, como por exemplo Pirates of The Caribbean, Oregon, Ross Roy, El Barça, Phantom Of The Opera, harmonique, Lassus trombone (...) e tudo isto deixa saudades.
Sei que não volto, primeiro porque para mim não faz sentido "voltar" quando se desiste.
Depois porque estão ali as únicas pessoas - e quando digo únicas é mesmo porque são as únicas -, de quem eu não gosto. E quando digo que não gosto, são mesmo aquelas pessoas que eu abomino e as únicas que tenho o prazer de ignorar quando as vejo na rua.
O que não é um problema, vivo bem sem a presença desses mesmos indivíduos como eles também vivem sem a minha.
O importante são mesmo as amizades que ficam após todos estes anos, aliás, em todas as actividades ou projectos que participemos o que é importante são as amizades que ficam.
Arrependo-me do que eu era na altura o que fez com que não tenha aproveitado tudo de uma melhor forma mas tenho a agradecer às pessoas que sempre estiveram comigo. Elas sabem quem são.

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