Atropelamento(s)

Apontem aí a causa da minha morte. Atropelamento.

Agora as pessoas que estão aí vão ficar a pensar ‘credo, este rapaz…’. A verdade é que ando um bocado perplexo com carros.

Começou em Janeiro por ter tido um acidente de carro, que foi assustador. Só feridos ligeiros. Desmaiou uma senhora no outro carro dos nervos e a minha mãe ficou cheia de dores e quinze dias de baixa. E o nosso carro ficou espatifado. As rodas de trás voaram e deram uma pirueta. By the way,

Na sexta-feira ia sendo atropelado perto da escola.

Ia passar uma passadeira e parei para olhar se a senhora ia parar para eu passar. E ela não me estava a ver. E continuou a andar normalmente e se eu não parasse era ali atropelado. E de certeza que me aleijava a sério. Larguei um ‘é-melhor-parares-que-o-autocarro-é-daqui-a-cinco-minutos-e-não-me-apetece-ir-ao-hospital’ à mulher e ela ficou branca como a cal, mas muito surpreendida, do tipo ‘ESTAVAS AÍ?’ Se eu não ligasse aos carros e se por exemplo se estivesse a olhar para o telemóvel, o carro chocava logo em mim.

No sábado foi perto de casa. Num cruzamento. Ia a passar e vejo um carro vermelho com uma travagem das grandes e depois meti as mãos na cabeça, do tipo “NÃOOOOOOO!”. E depois ele saiu do carro e esteve ali meia hora, porque estava em choque e assim. Ele e eu! A sorte é que ele viu um cão que estava à minha frente e travou e aí apareci eu!

Ou seja, odeio passadeiras, odeio carros vermelhos e odeio passar no sítio do acidente.

Não odeio nada. São coisas da vida… O que vale é que ficou tudo bem e que ainda estou vivo. Já disse que quando morrer só queria que fosse tipo, ir dormir e nunca mais acordar ou suicídio. O resto é mau… acidentes de carro, assassínios, etc…