Mais um devaneio da adolescência
A verdade da adolescência é que não nos conhecemos a nós próprios. Pensamos que sim, mas não. Principalmente, no auge da adolescência. Eu estou aí.
Uma das minhas qualidades que eu mais aprecio em mim é ser observador. Sou demasiado observador e tenho sempre em atenção em tudo o que está à minha volta. Consigo perceber as mentiras pequeninas, as mentiras grandes e as grandes embrulhadas que as pessoas me pregam. E o melhor é quando as pessoas pensam que eu sou burro… não, não sou inteligente na escola, até porque não tenho paciência para ser um excelente aluno. E mesmo se tentasse não o seria. Mas nas conversas, acho que domino bem o que as pessoas me dizem. Principalmente com as pessoas que conheço bem – amigos e família.
As pessoas da minha idade são definitivamente uma seca. São (somos) adolescentes e isso é chato. Dou-me melhor com as pessoas mais velhas e os meus três melhores amigos são mais velhos… duas grandes amigas e um grande amigo. E até dizia. Grande com um G grande.
Uma das minhas grandes amigas tem 20 anos e é pessoa espectacular. Chamo-lhe velha na brincadeira, até. É a minha terceira mãe. Pois
Outra grande, mas grande amiga é como irmã. Faz 18 anos em Julho e temos uma relação espectacular.
E ainda outro amigo que tem 18 anos, que conheço há pouco tempo, mas que é espectacular também.
E depois tenho mais outras cem pessoas que se dizem minhas amigas. E devem de ser. Mas lembram-se de mim quando precisam ou quando não têm mais ninguém. E isso não dá para suportar.
Eu não sou amigo por ser e talvez tenha perdido muita gente, mas sem discussões… Naturalmente fomos deixando de falar, etc. Dá para perceber que muita gente é amiga por ser. Apenas isso.
Comentários
Sara (musical)
Quando cresceres ou quando tiveres um pouco mais de experiência com pessoas da tua idade (já não precisas de muita, por assim dizer), vais-te aperceber que a amizade é quase como uma questão de troca. Dois amigos (verdadeiros), trocam momentos de alegria, diversão, loucura, excentricidade, e até mesmo tristeza, angústia e sofrimento, que realçam um pouco a importância de todos os momentos bons.
A verdade é que encontramos, e cada vez mais, pessoas que apenas querem receber, e não trocar mutuamente, todos esses sentimentos e momentos. Querem simplesmente ter ali alguém. Mas até tu próprio já te apercebeste que assim são as pessoas. Eu percebi isso há pouco tempo, enquanto ouvia e não falava ou não era ouvido.
Acredita, Mano, apesar de não falarmos tanto agora, eu vou estar sempre cá. Falava mais, se pudesse, mas este ano anda a dar cabo de mim. Ainda temos que combinar qualquer coisa um dia destes.
Porta-te bem! E continua com esse teu bom carácter porque é preferível isso a inteligência («A inteligência não ensina muita coisa»).