O passado atrapalha
Algo que marca a minha infância e também adolescência é as pessoas (normalmente mais velhas) chamarem-me pelo nome que não tenho.
Nelson. É o nome do meu irmão e ele tem mais 12 anos que eu e as pessoas da minha aldeia conviveram mais anos com ele do que comigo daí a troca.
Há imensa gente que que só me vê de vez em quando e quando me vê diz toda sorridente "Olha o Nelson!" e eu respondo simpaticamente à pessoa como se não tivesse reparado no erro.
Mas depois no meio da conversa a pessoa costuma dizer: "Ai, Nelson? Que disparate. Esse é o nome do teu irmão. Alexandre, é isso. Desculpa lá".
O facto de eu ter ignorado a troca do nome a pessoa deve pensar que fiquei ofendido, mas nada disso, simplesmente não me importo e admito que às vezes nem reparo.
Vejamos, ontem pelas nove da manhã quando ia trabalhar, passei na rua aqui ao lado e estavam duas vizinhas a conversar e digo-lhes bom dia e uma responde "Bom dia Nelson".
Continuei a andar mas rapidamente fiz uma contagem decrescente cerebral de 30 segundos, pois após os trinta segundos eu, no fim da rua, ouviria a pessoa a dizer "Nelson não, Alexandre!".
E foi isso que aconteceu. São coisas que acontecem. Se fossemos irmãos gémeos seria pior.
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Beijinho*